segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Jóvens e a internet

Autor de The Dumbest Generation defende a tese de que os nascidos já na internet convivem com informações irrelevantes e dificuldades de concentração. Não confie em ninguém com menos de 30 anos, diz a capa. Será?
Por Maira Costa

O escritor norte-americano Mark Bauerlein vem causando polêmica nos Estados Unidos com o seu livro “The Dumbest Generation” – ainda não lançado no Brasil – e segundo ele, se você tem menos de 30 anos, considere-se membro da geração mais estúpida da história. Para o autor, a nova geração nunca se desconecta e, pior, nunca se desconecta de informações irrelevantes: perfis em redes sociais, MSNs e outras ferramentas, distanciando-se de assuntos relevantes como por exemplo história e política.

Segundo o autor ainda, os jovens tem dificuldades em ler qualquer publicação com mais de 200 páginas e dificuldades de concentração. Normalmente desinteressados pela família, os jovens desta geração, quando estão em casa, estão fechados no quarto digitando em seu blog, postando fotos suas em suas redes sociais e fotoblogs ou falando no MSN, tendo uma vida direcionada especialmente às relações sociais com os amigos da mesma idade.

Agora a questão é: estamos de fato criando uma próxima geração de estúpidos ou a forma de aprendizado e convívio com as informações têm mudado com a internet?

Viemos de uma geração acostumada a receber informações de poucas fontes – e precisávamos nos esforçar para obtê-las. A escola que fiz ainda é daquelas em que fazer um trabalho significava ir a uma biblioteca e escrever em algumas folhas de almaço, e a datilografia era o sinônimo do capricho. Hoje trabalhos inteiros estão ao alcance de um clique e as fontes de informação são intermináveis.

Pode sim parecer que estamos vislumbrando uma nova geração de “preguiçosos”, mas por outro lado, talvez seja a próxima uma geração extremamente inteligente, pois encontramos aí outra questão (levantada pelo filosofo David Weinberger): essa geração está quebrando o monopólio das comunicações e informações.

Se há pouco mais de 10 anos nosso acesso às informações se dava pelos jornais diários, revistas semanais ou telejornais, hoje a informação está em toda a parte, os indivíduos escolhem o que e como querem recebê-la e ainda geram mais informações e conteúdos, ou seja, se antes o mundo inteiro recebia informações de poucos indivíduos que a detinham, hoje qualquer um ainda pode gerar e propagar informação. Mas quanto dessa informação é relevante?

Talvez esse não seja o ponto. A pergunta correta talvez seja: tudo o que “nos ensinam” é relevante? Ou talvez essa nova geração com acesso a tanta informação desenvolva a capacidade de filtrar somente o que precisa e o que é relevante?

O grande trunfo da internet é nos permitir a quantidade – e qualidade – dos conteúdos que buscamos, sob diversos pontos de vista: de um jornalista a um estudante da oitava série. E que possamos comparar esses pontos de vista e rapidamente formar a nossa própria ótica. [Webinsider]

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Firefox e seu ubiquity e add-on

Ubiquity, add-on do Firefox, é um exemplo de avanço

Em sete e oito de agosto foi realizado no Brasil o evento SMX (Search Marketing Expo), um dos maiores eventos de Search do mundo. Uma das palestrantes, a Sara Holoubek, disse em seu blog que esperava que o Brasil estivesse em 2001 em relação à Search, mas, após o evento, considera o Brasil em 2005.

O Brasil ainda tem um mercado imaturo de buscas, algumas empresas ainda não estão convencidas do retorno de boas estratégias de SEO e links patrocinados.

Assim, em um país em que é uma missão quase impossível convencer desenvolvedores a utilizar códigos otimizados para buscas e em acordo com padrões internacionais do W3C, imagine utilizar modificar os códigos para conter semântica, os micro-formatos.

Contudo, o desenvolvedor que otimizar seus códigos e também utilizar os micro-formatos, vai facilitar a criação de mash-ups e angariar a preferência na audiência do usuário.

Diversos motivos confirmam esta tendência. Alguns serviços novos que se aproveitam desta tecnologia já estão em desenvolvimento ou em uso:

o Search Monkey do Yahoo: pequenos aplicativos que extraem informações dos sites que aparecem nos resultados de busca e exibem em um formato mais detalhado, podendo conter fotos, mapas entre outros dados;
o Aurora: projeto futuro da Mozilla Foundation que vai revolucionar a navegação na web e no desktop;

o Ubiquity: projeto já existente, em fase alfa, que modifica a integração entre serviços na internet, permite a criação de mash-ups por qualquer usuário sem a necessidade de conhecimentos técnicos através de uma linguagem bem próxima da linguagem natural.

O Ubiquity é um add-on para o Firefox que uma vez instalado é acionado via atalho de teclado. Permite que se digitem comandos como e-mail this to mim (este comando enviará um e-mail e o conteúdo será escolhido pelo comando this; se for um texto selecionado, enviará um texto, se estiver em uma página, a URL da página será enviada, etc. O comando to seleciona o destinatário da mensagem).

Como o Ubiquity funciona: se estiver em uma página, é capaz de extrair os dados e/ou endereço da página aberta, buscar um endereço de e-mail na lista de contatos do Gmail, enviar o e-mail pelo Gmail, buscar localização no Google Maps, consultar definição de termos na Wikipédia, buscar avaliação de restaurantes no Yelp, etc, e incluir tudo isto no e-mail que está sendo redigido, tudo dentro da mesma interface.

A internet se revoluciona a cada cinco anos aproximadamente:

o Em 1990 tivemos a criação da www, a tecnologia que revolucionou a internet;
o Em 1995 o lançamento do Netscape, primeiro navegador web;

o Em 2000 o estouro da bolha;
o Em 2005 a chamada Web 2.0, colaborativa, onde os conteúdos são gerados pelos usuários;

o Em 2010 é prevista a chamada Web 3.0, semântica, o conteúdo passa a ser organizado, passa a ter significado.

É neste contexto de evolução que a utilização de padrões prepara a informação para ser utilizada de maneira otimizada e mais útil para os usuários.

Sites em tableless, Web 2.0 e Web 3.0 podem ser tópicos polêmicos, com discussões acaloradas, mas um fato é inegável: a internet está mudando, o comportamento dos usuários também. Onde a informação do seu site fica nesta história?
Todos os artigos de Giordani Pasqualon

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* 05/09/2008 - Internet Explorer 8 é o pior em desempenho, segundo testes
* 05/09/2008 - Google Chrome: viva o Firefox!
* 27/08/2008 - Mozilla Ubiquity: uma linha de comando para a web
* 25/08/2008 - Acesso à web via Firefox cresceu 36% no Brasil em sete meses
* 20/08/2008 - A nova geração de Browsers: Aurora - Parte 03

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Giordani Pasqualon é analista de SEO da Media Contacts, usou TK3000 e PC-XT, programa em Assembly, mas não se considera nerd.

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terça-feira, 9 de setembro de 2008

Falhas de segurança no Windows

A Microsoft divulgou nesta terça-feira (09/09) quatro correções para falhas de segurança consideradas críticas para seus produtos, com destaque ao sistema operacional Windows e ao pacote corporativo Office.

Três dos patchs divulgados no Patch Tuesday, seu tradicional ciclo de atualização de segurança, referente a setembro dizem respeito a brechas no Windows, com a possibilidade de execução remota de códigos maliciosos caso um cracker explore o bug.

O boletim MS08-054 impede que um arquivo sonoro forjado por crackers aproveitassem falha no Windows Media Player para dominar o PC da vítima, enquanto o MS08-053 resolve uma falha no Windows Media Encoder 9 Series que, caso explorada, teria resultado semelhante.

O terceiro boletim, conhecido como MS08-052, corrige um número não especificado de bugs na interface gráfica conhecida como Windows GDI+ que dariam controle ao PC apenas com a reprodução de uma imagem maliciosa.

Único que não contempla o sistema Windows, o boletim MS08-055 corrige uma falha no pacote Office que permite que um micro seja dominado com a vítima clicando sobre uma URL maliciosa dentro do OneNote.

As correções podem ser baixadas pela ferramenta Windows Update dentro do sistema operacional da Microsoft.

sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Chrome cresce muito

CERNOBBIO - O navegador Chrome, do Google, teve uma "forte recepção" desde seu lançamento esta semana, com milhões de downloads, disse o presidente-executivo da empresa, Eric Schmidt, à Reuters nesta sexta-feira.

O Chrome é o desafio do Google ao Internet Explorer da Microsoft. O Google afirma que seu browser permite aos usuários executarem diversos aplicativos que antes apenas podiam ser utilizados quando instalados no disco rígido de um computador.
"A reação inicial foi muito forte, com milhões de downloads, uma resposta muito favorável até o momento", afirmou Schmidt durante conferência em Lago de Como, no norte da Itália.

Ele apontou que é muito cedo para prever qual fatia de mercado no mercado de browsers, no qual o Internet Explorer predomina com cerca de 75 por cento.

"Nós não o desenvolvemos com o objetivo de mercado. Nós o desenvolvemos para tentar direcionar a indústria com novos conceitos acerca de browsers, segurança e poderosas plataformas", afirmou Schmidt. "Assim esperamos que isso influencie o projeto de outros browsers para torná-los mais modernos."

O Chrome foi projetado para fazer download de programas e páginas mais rapidamente do que outros browsers e permite que o usuário continue trabalhando caso uma das janelas trave.

O executivo afirmou ainda estar otimista sobre a resolução de uma investigação antitruste do Departamento de Justiça dos Estados Unidos sobre uma parceria do Google com o Yahoo em publicidade em buscas.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Voltar para casa

02/09/2008 - 18:02
O Circulo se Fecha!
“O Circulo se Fecha”

Voltar pra casa eh sempre um alivio. Digo isso a cada 3 semanas e chamo Nova York de casa (e sempre foi), assim como chamo Londres de “casa” assim como chamarei, logo – logo, um assento numa canoa fugindo de um furacao de “casa”. (Alias, obrigado supervisor de vôo da JAL pela troca de assentos na ultima hora). Pra vocês que voam de TAM e não sabem o que eh cortesia, experimentem voar JAL (não, isso não eh jabá, pago full fare em business, mas agradeço gentileza e ataco os rudes, os brutamontes do ar quando merecem ser atacados.

Olhando fotos dos retirantes de Louisianna, esses seres que escaparam do Gustav e que escaparão de vários outros desastres naturais e artificiais como guerras, insurgências, minha mente atravessa vários emails não respondidos aqui no computer e a geladeira sobrecarregada de produtos orgânicos da WholeFoods…mas por que digo isso? A sim, ainda me fixo no artigo dos Caretas. Cidades caretas, cidades JOVENS, dominadas por jovens e com JOVENS saindo pelos poros da imaginação!

Esqueçam os autores MORTOS

ESTAMOS VIVOS

Não custa esquecer um pouco, por um tempo (digo, um respiro) os CRASSICOS! Estão nos levando a Ground Zero!

Esquece! Esquece! Passei minha vida inteira tentando comparar culturas, tentando explicar uma cultura pra outra, tentando explicar pros meus tios que no Rio não tem elefante andando na rua. E riam. Tento, ate hoje, dizer que em NY se anda tranquilamente as 4 da madrugada sem se olhar pra trás de MEDO e….riem!

O circulo se fecha!

Guerras entre críticos e músicos e artistas de palco ou de telas penduradas em museus.

Tudo muito triste mas, a verdade eh que o circulo se fecha e o mundo responde via Blogs.

Saudades imensas de pessoas como João Candido de Galvão. Meio pe na merda, meio pe na imprensa. Mas sabia das coisas. Era relacionado a Oswald de Andrade, não sei bem como.

A ultima vez em que nos vimos foi no aeroporto Charles De Gaulle (acho). Me contou que havia sido assaltado na Ipiranga com São João. Já estava bem fraco do coração. Nos nos amávamos. Era um amante da obra de Robert (Bob) Wilson e falava dele com paixão. Paixão que poucos possuem quando falam de arte hoje.

Porque a arte hoje não eh discutida com paixão mesmo quando se discute o iluminismo ou, digamos os impressionistas? Estranho. Não sinto paixão por Jackson Pollock. Tenho um amor frio por ele. Ta certo. Mas tenho uma paixão FORTISSIMA pela obra de Duchamp e pela obra de Steinberg e a de Francis Bacon e Vik Muniz (que encontrei ontem vindo pra ca).

Digo, morro de paixão por Pina Bausch e João Candido sabia corresponder essa paixão quando fez a critica de “Quatro vezes Beckett” – em 1985 – no teatro dos 4 no Rio. Também soube meter o pau em “Carmem Com Filtro”, obra ruim, que construí pro Fagundes em Sampa em 86. Mas fiquei quieto.

Tem artista que esperneia ate hoje: sim, mandei a Bárbara Heliodora morrer. Mas isso eh um capitulo a parte: ela queria que eu morresse, que meu teatro morresse e atacaou a Nanda. Eu simplesmente fechei o ciclo. Anos depois, digo, hoje, outro circulo se abriu. Dona Bárbara e eu nos damos bem. Ela gosta ou desgosta de alguma obra minha mas ela da de DEZ a ZERO em Ben Brantley ou no Christopher Isherwood, ambos do New York Times (nova velha geração) os pré-pretensiosios que chegaram ha alguns anos quando Frank Rich e Mel Gussow sairam.

Ah, a critica. Não vivemos com ela. Não vivemos sem ela.

O que dizer de tantos novos atores e atrizes de hoje? Não se pode mais MASTIGAR em publico, digo, mastigar mesmo, (boca entreaberta ou não), como num desses FREVINHOS da vida (restaurante na Oscar Freire que deveria ensinar aos russos e polononeses como se fazer um bom strogonoff). “Ai que nojo Gerald!” Zé Celso esta de parabéns por ter RESISTIDO a caretice dos tempos. Te admiro Zé, e vc nem sabe o quanto!

“NOJO?”

Artista de teatro sente nojo?

Caramba. Eu não sabia disso, com 30 anos ou mais de teatro, se levando em conta Verbenas de Seda.

“Um pe na merda e outro outro na lama”, dizia Grotowski. Frase inesquecível pra uma cultura inesquecível. Sim, cheguei em casa. E, ao ler o Times, leio as paginas de cultura que ha anos não saem do mesmo tema: parecem ate terem entrado no próprio labririnto metaliguistico da mesmice e da loucura: ELSINOR!

Palavras palavras palavras

Fecharam o circulo.

So da peca de Shakespeare ou peca de Beckett.

Parece ate que Hamlet fará o Krapp’s Last Tape. Haja um Quantum Leap pra tantum, digo pra tanto.

Não podemos ficar falando ou repetindo e repetindo momentos da cultura do passado! Não podemos. TEMOS que FALAR pra FRENTE, custe o que custar.

Aqui na parede, enquanto eu escrevo, de vez em quando eu levanto os olhos e dou de cara com fotos num painel avacalhado: Beckett e eu, Julian Beck e eu, eu espremido entre Haroldo e Augusto de Campos. Deus do Céu! Quase toquei nas mãos de Joyce. Eu disse quase.

Estou fechando o meu circulo

Custe o que custar!